Alguns dos investimentos mais seguros são os de renda fixa. Dentro da classe de renda fixa há diversas opções, dentre elas a privada. O que é renda fixa privada?
Os títulos que possuem a maior rentabilidade dentro da renda fixa costumam ser de bancos e de empresas, portanto, privada.
Por outro lado, esses títulos são aqueles que tendem a ter o maior grau de risco. Se você busca mais conhecimento sobre a renda fixa privada, acompanhe o nosso artigo.
O que são títulos privados?
Os papéis de renda fixa privada são emitidos por bancos ou empresas. Nesse caso, estamos excluindo as letras do Tesouro Direto e demais investimentos relacionados aos títulos públicos.
Dentro da renda fixa privada existem os seguintes ativos:
- CDB (Certificado de Depósito Bancário);
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário);
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
- Debentures;
- CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário);
- CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio);
Todos esses investimentos podem performar acima dos títulos públicos, mas todos também possuem grau de risco superior.
CDB, LCI e LCA
Os três títulos são emitidos por bancos. Portanto, ao comprar um CDB, LCI ou LCA o investidor está comprando um produto bancário.
No caso do CDB, os valores serão utilizados para financiar as operações do banco. O banco oferece o CDB, o investidor compra e os recursos são utilizados pela instituição financeira.
Em troca do investimento, o cliente ganha a remuneração. As LCI e LCA funcionam de forma similar, mas ao invés de financiar as operações dos bancos, as LCI financiam o crédito imobiliário enquanto as LCA o crédito no agronegócio. Tanto as LCI quanto as LCA possuem isenção de imposto de renda. O CDB conta com retenção de IR regressivo.
Debêntures
As debêntures são emitidas por empresas que buscam capital no mercado. Ao invés de recorrer ao dinheiro por meio de bancos ou através da abertura de capital na bolsa, tais empresas buscam através das debêntures dinheiro no mercado.
Para levantar os recursos, a empresa precisa fazer o pedido junto aos órgãos competentes e assim, conseguir o acesso ao mercado.
Com o lançamento no mercado, os investidores fazem a aquisição dos títulos. O dinheiro entra para a empresa, enquanto os investidores receberão os juros sobre o valor investido.
As debêntures possuem quatro tipos de garantias. A mais interessante é a garantia real, sendo que uma das mais utilizadas é a quirografária, que infelizmente é uma das menos interessantes (o investidor não possui vantagem alguma em caso de falência da empresa).
Existem debêntures que pagam juros anuais, semestralmente, mensais ou somente no vencimento do papel.
As debêntures normais contam com a cobrança de imposto de renda. Já as debêntures incentivadas não.
Debêntures incentivadas são aquelas que financiam empresas e projetos de infraestrutura, como concessionárias de estrada, empresas do setor de energia e similares.
CRI e CRA
As CRI são certificados que financiam projetos e empresas do setor imobiliário, enquanto as CRA o setor do agronegócio.
Ambos os certificados também são isentos de imposto de renda, Para buscar viabilizar esses certificados, a empresa terá que solicitar junto às instituições competentes o lançamento dos CRI e CRA no mercado.
Com a oferta pública, os recursos que entram vão para a empresa, enquanto os investidores ficam com os CRI ou CRA, além dos rendimentos.
Os rendimentos dos CRI e CRA podem ser pagos mensalmente, semestralmente, anualmente ou no vencimento do papel. É comum em CRI e CRA as garantias serem reais. Ou seja, a empresa que está emitindo o CRI, ou CRA deixa algum ativo como garantia em caso de insolvência.
Qual a rentabilidade de títulos privados?
A rentabilidade pode variar bastante. O CDB tradicional normalmente tem a rentabilidade atrelada ao CDI (taxa do Certificado de Depósito Interbancário).
Sendo que 100% do CDI é o rendimento mais comum dentro dos CDBs com liquidez diária. Depois, existem outros CDBs com liquidez somente no vencimento e contam com data de encerramento mais longa.
Há CDBs com vencimento para 10 anos, por exemplo. Em uma situação assim, os rendimentos podem variar bastante, sendo comum ver títulos mais longos registrando mais rendimentos.
Como não há liquidez até o vencimento e o risco é maior (uma vez que o valor ficará mais tempo investido), a rentabilidade desses papéis costuma ser maior.
Podendo ser atrelado a uma porcentagem maior do CDI, prefixados, ou atrelados ao IPCA. Já as CRI, CRA, e debentures também contam com vencimento mais longo, sendo que as garantias podem ser consideradas menos interessantes do que os CDBs, LCIs e LCAs.
Enquanto o CDB, LCI e LCA contam com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), as CRI, CRA e debentures possuem garantias que podem variar entre reais ou não.
Quais os riscos de investimentos em renda privada?
Os riscos são maiores quando comparados aos títulos públicos de renda fixa, porém a rentabilidade pode ser muito maior.
Ainda dentro da renda fixa privada, os títulos como LCI, LCA e CDB contam com boas garantias que vem do FGC.
Até 250 mil reais por CPF e instituição financeira, o investidor está protegido. Já as CRI, CRA e debentures, será necessário conferir quais são as garantias oferecidas.
É muito comum no mercado ver debêntures, por exemplo, com garantias quirografárias. Esse tipo de garantia coloca o investidor dentro da fila de credores, como qualquer outro.
Portanto, se acontece um sinistro com a empresa, a ponto da mesma “falir”, então é bem provável que o investidor não veja a cor dos recursos investidos.
As CRI e CRA normalmente contam com garantias reais. Por isso, em comparação às debêntures, as CRI e CRA ainda se mostram mais interessantes.
Uma forma de mitigar os riscos é diversificando a carteira. Ao alocar recursos em diferentes ativos, o investidor consegue reduzir a exposição e assim, diminuir os riscos.
Outra providência que o investidor pode tomar é aplicar o dinheiro em investimentos de vencimento mais curto.
Assim, o valor não ficará tanto tempo aplicado. Quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, maiores são os riscos.
Quais as vantagens de investir em renda fixa privada?
A grande vantagem da renda fixa privada está na rentabilidade. Se no Tesouro Direto, o investidor tem oportunidade de comprar letras prefixadas pagando até 12,5% ao ano e letras do Tesouro IPCA pagando até IPCA+5,8% ao ano, a renda fixa privada tem títulos com rendimentos que ultrapassam os 14% (prefixados) e de IPCA+6%, ou mais.
Com tal rentabilidade, o investidor consegue rentabilizar ainda mais o dinheiro. A diferença pode ser pouca, mas no longo prazo, os ganhos vão se tornando significativos.
Como já mencionado, uma forma efetiva de reduzir os riscos é diversificar os investimentos. Ao invés de comprar CDBs de um só banco, o investidor pode comprar títulos de vários bancos.
Mesma coisa para as LCI e LCA. Com relação às CRI e CRA, uma ótima opção são os fundos imobiliários. Há diversos fundos imobiliários que investem predominantemente em CRI.
Existem também os Fiagro que investem em CRA. Por último temos as debêntures. As debêntures incentivadas são uma opção isenta de imposto de renda. Inclusive, há fundos de investimento que investem nelas e também são isentos de IR.
Conclusão
Uma forma de ganhar bastante dinheiro investido na renda fixa é através dos títulos privados. Comparado às letras do Tesouro, há várias opções, nos títulos privados que são mais rentáveis.
O investidor só precisa ficar atento à segurança e liquidez dos papéis. Como estamos tratando de títulos que não possuem o Tesouro Nacional como garantidor, a segurança dos papéis é menor.
Com relação à liquidez, os títulos com vencimento mais longo, normalmente são os mais rentáveis. Isso chama atenção do investidor, mas não se engane. Ao aplicar os recursos em um CDB de 10 anos, por exemplo, o valor ficará por 10 anos, sem liquidez.
Ao invés de correr tanto risco, é melhor focar em mais CDBs com vencimentos menos e diversificados. Assim, o risco é mitigado.
Além dos CDBs, ainda existem os CRI, CRA e debêntures. Como tais papéis podem ser mais arriscados, é interessante investir neles por meio de fundos.
As LCI e LCA também são ótimas opções de investimento. CDBs, LCI e LCA contam com a garantia do FGC. Tal garantia não é a mesma do Tesouro Nacional, mas pode ser considerada mais interessante do que aquelas oferecidas nos CRI, CRA e debentures.
As LCI e LCA contam com isenção de imposto de renda, fato que ajuda o investidor em aplicações de vencimento mais curto.
Como o imposto de renda segue uma tabela regressiva, quanto menos tempo o investidor ficar aplicado, maior é a alíquota. Já nas LCI e LCA, como são isentas, o investidor consegue resgatar o valor com sem retenções.Agora você sabe o que é renda fixa privada? Ainda tem dúvidas? Então deixe uma pergunta ao final que já vamos lhe responder.
Oliver é formado em Ciências Contábeis e atua no mercado como Analista Contábil. Além de ser investidor desde 2010, produz conteúdo sobre finanças desde 2014.